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Brasil conquista ouro inédito com Ana Sátila no Mundial do Rio

02/10/2018
 
Medalha dourada veio no último dia de provas nas corredeiras de Deodoro. Campeonato reuniu cerca de 250 atletas, de 37 países, durante as competições
Fotos: Miriam Jeske/ABraCan

 

O último dia do Campeonato Mundial de Canoagem Slalom Rio 2018 ganhou um brilho a mais com a medalha de ouro conquistada por Ana Sátila, na categoria K1 Extremo. Para a Canoagem Slalom brasileira, a conquista da canoísta é um feito inédito em mundial sênior. O domingo começou cedo com as finais do C1 (canoa) feminina e K1 (caiaque) masculino, categorias que o Brasil não conseguiu garantir um lugar no pódio.
 
Do choro da derrota na prova C1 feminina, que é sua especialidade, no período da manhã, quando terminou em 6º lugar, ao choro da vitória, no período da tarde, com a conquista do ouro no K1 Extremo, modalidade que não é olímpica. Ana vem demonstrando habilidade nesta categoria há algum tempo. No ano passado, ela conseguiu a medalha de prata no Campeonato Mundial de Canoagem Slalom, em Pau, na França.
 
Há dois meses, a brasileira já havia conquistado uma medalha dourada na mesma prova durante o Campeonato Mundial Sub-23 em Ivrea, na Itália. Sobre a prova nas corredeiras do Parque Radical de Deodoro, considerada uma das mais técnicas do mundo, a canoísta observa que a competição foi difícila, mas venceu na garra. "É muito difícil. Tem muito contato físico. Estava muito difícil. As atletas também são muito boas. E o dia foi muito cansativo (as provas do K1 Extremo começaram às 13h30 e terminaram por volta das 16h30). Eu estava numa posição muito ruim para laargar na final. Então, foi muito difícil entrar na prova e ter uma boa posição. Depois do início, eu fui na garra e pensando na vitória", revela.
 
Com o sorriso aberto, ela acredita que a categoria tem tudo para ganhar espaço, inclusive, nos Jogos Olímpicos, mas não de Tóquio (Japão), que acontece em 2020. “Estou muito feliz. A categoria ainda não é olímpica, mas acredito que entra para Paris (2024), porque é uma categoria muito emocionante. É quando o público realmente vibra, consegue ver o contato. São quatro atletas competindo ao mesmo tempo. É o ápice para quem está assistindo. Então, acaba promovendo o nosso esporte também”, diz.
 
 
O Brasil também foi representado por Omira Estácia Neta, irmã de Ana, até às quartas, no K1 Extremo, quando as duas caíram na mesma chave. Já no masculino, Fábio Rodrigues ficou nas oitavas e Pepê Gonçalves, esteve na disputa até às semifinais, quando liderava a prova, mas se perdeu em uma das portas e perdeu velocidade, não passando para a final.
 
Premiações - As mulheres abriram as provas na manhã deste domingo nas corredeiras do Parque Radical do Rio. No C1 Feminino, a atleta que conseguiu fazer o melhor tempo foi a australiana Jéssica Fox, que levou a medalha de ouro. No sábado, a australiana também fez o melhor tempo no K1 Feminino, e também ficou com a medalha de ouro.
 
A prata foi para britânica Mallory Franklin, que também subiu ao segundo lugar mais alto do pódio no sábado, quando disputou o K1. A alternância ocorreu mesmo no terceiro lugar, no domingo ficou com Tereza Fiserova, da República Tcheca, que ficou com o bronze. No sábado, esse lugar foi ocupado por Ricarda Funk, da Alemanha, que não participou da disputa das canoas.
 
Já o pódio masculino do K1 foi completamente novo. Hannes Aigner, da Alemanha, fez o melhor tempo (89.69) e garantiu a medalha dourada. Na sequência, Jerí Prskavec, da República Tcheca fisgou a medalha de prata (90.65) e a bronze foi conquistada por Pavel Eigel, da Rússia (92.17).
 
Campeonato encerra com alto nível técnico
O Campeonato Mundial de Canoagem Slalom Rio 2018 encerrou no final da tarde deste domingo (30), após receber cerca de 250 atletas, de 37 países, para os treinos e competições na pista do canal do Parque Olímpico de Deodoro.
 
Para o presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), João Tomasini Schwertner, o campeonato cumpriu todos os requisitos técnicos. “O Mundial de Canoagem Slalom Rio 2018 aconteceu rigorosamente de acordo com a parte técnica estabelecida. Os atletas saíram satisfeitos com a organização e logística. Toda equipe de trabalho atendeu e proveu à canoagem mundial um campeonato bem organizado”, avalia.
 
 
Tomasini frisou, mais uma vez, a importância do apoio do Ministério do Esportes, da Subsecretaria do Legado Olímpico da Prefeitura do Rio de Janeiro, do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e da Federação Internacional de Canoagem que, juntos, proporcionaram as condições para a Associação Brasileira de Canoagem (ABracam) e a CBCa realizarem o campeonato.
 
O diretor da ICF, Jean-Michel Prono, que esteve todos os dias nas instalações de Deodoro, se diz extremamente satisfeito com os resultados do Mundial de Canoagem Slalom Rio 2018. “Estou extremamente feliz, conseguimos entregar o campeonato mundial com sucesso. Todos os desafios, desde o calor até a tecnologia, foram ultrapassados com o empenho da equipe da organização do evento”, diz.
 
Agora, ele espera mais para a pista de Deodoro. “O campeonato, como produto final, foi muito bom, com alto nível técnico e emoção nas provas. Agora, espero que a pista, que foi aberta para os atletas, continue aberta para os cariocas”, espera.
 
Mundial Slalom 2018 - O Campeonato Mundial de Canoagem Slalom Rio 2018 foi uma realização da Academia Brasileira de Canoagem (ABraCan), com supervisão técnica da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) em parceria com o Ministério do Esporte, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Comitê Olímpico Brasileiro e apoio da Federação Internacional de Canoagem.
 
Admin | Projeto Meninos do Lago