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Entenda como é a classificação olímpica na Canoagem Slalom

02/05/2016
 
 
Equipe brasileira terá participação em todas as categorias da Canoagem Slalom nos Jogos Olímpicos Rio 2016


Em agosto, o Canal Rio, pista artificial de Canoagem Slalom recém construída para os Jogos Olímpicos Rio 2016, será palco de intensas disputas entre os melhores canoístas do mundo na briga pela medalha olímpica no Rio de Janeiro. O caminho para se chegar até lá é árduo e requer muito treinamento por parte das equipes de todo o mundo. O Brasil tem presença garantida nas quatro categorias disputadas nos Jogos (K1, C1 e C2 Masculinos, e K1 Feminino) por ser país-sede do evento. Contudo, os canoístas que representarão o país no Rio 2016 serão definidos seguindo critérios bem definidos pela Confederação Brasileira de Canoagem.    
 
Enquanto os outros países participam de seletivas continentais para garantir sua passagem para o Rio 2016 o Brasil já tem sua presença garantida em cada uma das quatro categorias, as quais segundo regulamento olímpico não pode ter canoístas do mesmo país na prova. O fato de já ter suas vagas garantidas não significa que o Brasil já está com tudo definido para os Jogos. Como as demais modalidades de canoagem nos Jogos Olímpicos, o que o Brasil possui até o momento são as vagas para as embarcações, pois os atletas participantes ainda não foram definidos. A única exceção é a atleta Ana Sátilla, que apresenta resultados muito superiores às outras atletas de sua categoria, e por isso, já tem garantida extraoficialmente sua participação na única prova feminina de Canoagem Slalom nos Jogos.
 
A escolha dos quatro atletas participantes (K1, C1 e C2) das provas masculinas nos Jogos Olímpicos Rio 2016 se dará através de um processo no qual o atleta deverá alcançar condições especificadas pela CBCa para que o melhor competidor represente o Brasil nos Jogos. Para que isso aconteça a seleção ocorrerá em duas fases. A primeira já aconteceu no Rio de Janeiro entre 23 e 25 de março, onde foram escolhidos os três melhores atletas de cada categoria. Estes atletas agora participarão das três primeiras etapas da Copa do Mundo e os que conseguirem a maior somatória de pontos em cada uma de suas respectivas categorias, de acordo com tabela de pontuação apresentada pela CBCa, onde também se inclui valores referentes as seletivas já realizadas, terão a honra de representar o Brasil nos Jogos Olímpicos.

As Copas do Mundo de Canoagem Slalom acontecem no mês de junho em Ivrea, na Itália; La seu d’Urgell, na Espanha e Pau na França, respectivamente. Saem na frente, com maior pontuação por terem vencidos as seletivas nacionais, os seguintes atletas:

K1M – Pedro Henrique Gonçalves (Pepe);
C1M – Felipe Borges
C2M – Charles Correa/Anderson de Oliveira

O supervisor do Comitê de Canoagem Slalom da CBCa, Argos Gonçalves Dias Rodrigues, comenta a disputa na primeira seletiva nacional de Canoagem Slalom. “Com exceção do K1 Feminino, que tem Ana Sátila como franca favorita, todas as outras provas foram muito disputadas, como já prevíamos.  Claro que cada prova possui um favorito, mas eles penaram para confirmar o favoritismo nessa Seletiva Nacional. Nós que acompanhamos o dia a dia dos atletas sabemos da evolução e do crescimento da modalidade e já tínhamos expectativa de disputas apertadas”.

Para Argos a Seletiva Nacional foi importante para que os atletas favoritos à conquista das vagas olímpicas não se acomodem. “Não tem nada definido ainda, todos os atletas saem daqui com a certeza de que terão que trabalhar muito até garantir a vaga nos Jogos. O planejamento que montamos para impedir a acomodação dos atletas está funcionando. Quem quiser participar do Rio 2016 terá que treinar muito até garantir a vaga, depois das três etapas da Copa do Mundo. Essa forma de classificação é essencial para que os atletas estejam concentrados única e exclusivamente na busca pela vaga olímpica”.

A equipe de Canoagem Slalom sente a aproximação dos Jogos e tenta controlar a ansiedade antes deste momento histórico para o esporte. “Eu me lembro de quatro anos atrás quando disputei minha primeira seletiva olímpica, agora é a hora de controlarmos a emoção, e pegarmos a parte positiva de estar competindo em casa para poder fazer uma boa competição”, comenta Charles Correa, atleta do C2 Masculino.

O auxiliar-técnico da Equipe Permanente de Canoagem Slalom, o espanhol Guille Diez-Canedo, também discute os dois lados de se competir em casa. “Competi em vários campeonatos mundiais e copas do mundo em minha cidade, o que não chega ao nível de uma olimpíada, mas o que posso dizer é que tem dois lados. Se por um lado a pressão que a torcida impõe nos adversários nos incentiva a dar tudo de si, por outro lado a expectativa de não decepcionar esta mesma torcida pode se tornar uma pressão a mais. O principal é sempre focar no trabalho, sem se preocupar com influências externas”.

Para João Tomasini Schwertner, presidente da Confederação Brasileira de Canoagem, a Canoagem Slalom vem crescendo gradativamente e a realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016 é um marco importante na história da modalidade. “Esse é um trabalho que a CBCa vem realizando ao longo dos seus 27 anos de existência. Começamos com um trabalho pequeno e fomos aumentando e aperfeiçoando. Com a chegada do BNDES como patrocinador principal, foi possível botar em prática ideias e projetos e o resultado está aparecendo. Existe uma evolução administrativa, técnica, de arbitragem de qualidade mundial. Estamos no caminho de uma excelente participação dos Jogos Olímpicos”.
 
Tomasini não se contenta apenas em esperar a chegada dos Jogos Rio 2016, mas já projeta o futuro da modalidade no cenário olímpico. “2016 não é o ponto final, é uma parte do caminho e sem dúvida teremos bons resultados. Tóquio começa a ficar na mira e a evolução do esporte se dá de geração em geração e possíveis atletas para 2024 já começam a ser trabalhados para poder representar ainda melhor o Brasil.
 
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